6 - SOBRE O SOM ...

O som é um dos elementos mais importantes do audiovisual. O som transporta as emoções mais básicas, mais primárias, não verbais. As baixas frequências do bater de um coração (que ouvimos, mesmo que não tenhamos lembrança, quando estávamos no útero de nossas mães). E por aí vai.

Os compositores de trilhas sonoras de filmes tem um arsenal de modulações para produzir efeitos na plateia. Desde o primarismo de tons maiores que exaltam e alegram e tons menores que entristecem, até sutilezas que esses profissionais dominam. A voz humana como marco de humanidade.

E os sons das ruas, da multidão, das buzinas dos navios, caminhões, trens e carros, cada um com sua presença aural específica, os sons da mata, pássaros, insetos à noite, cada um evocando uma sensação diferente. Muito disso é estruturado na pós-produção.

Assim como mestre fotógrafo Ansell Adams afirmou: “Você não tira uma foto, você FAZ uma foto”, a construção de uma trilha sonora de um filme é uma proposta estética própria, embricada com a proposta imagética do filme, e lembrando Michel Chion, na sua obra La Audiovisón, o som afeta a imagem, e a imagem afeta o som, daí o necessário trato delicado com o som.

 ... E A IMAGEM

Antes do ambiente digital, na estruturação da imagem em película foto cinematográfica, fazia-se extensiva utilização de filtros, para a alteração de cores, difusão e outros efeitos.

Atualmente, no ambiente digital, esses efeitos são majoritariamente realizados na pós-produção, que conta com um arsenal de “plugins”, que permitem um controle extremo dos resultados.

Por esse motivo, o controle de cor na hora da filmagem é relativamente menor (isto é polêmico!). Porém, a iluminação, os enquadramentos, os movimentos de câmera, os travellings, panorâmicas, tilts, plongês e contra plongês exigem rigorosa atenção.

Falando de som e imagem, o "primado da imagem" é questionado com a chegada do som no início dos anos 30, para o cinema. Atualmente, com estruturas sonoras como 5.1, herança das experiências de Disney com o filme de animação Fantasia, e depois das trilhas de som do sistema Cinerama, dos anos 50, com sete pistas magnéticas de som.

Assim, o som passou a ter importância comparável a da imagem, e para muitos, até mais importante.