7 - UMA IDEIA, ROTEIRO [E TALVEZ], STORYBOARD

Começando com esta ideia, digamos, dentro da situação da pandemia, vou mostrar o espaço onde repouso.

Para isto, formato um roteiro [Como formatar seu roteiro, Moss]
Posso mostrar a “realidade”, meu quarto, arrumado para causar boa impressão [para quem?] ou desarrumado, classe média etc…

Posso também criar um espaço fictício, um colchão no piso, ao lado uma garrafa d’água pela metade [ou umas latas vazias de cerveja, ou… ou…] enfim, posso soltar a criação, tudo para gerar uma imagem de mim, ou de uma personagem que estou descrevendo, na medida que esse elemento vai caracterizá-la, vou criar uma representação a partir do lugar em que repousa [publicidade...]

Uma vez estabelecido o cenário, que poderá ser limpo e despojado, ou um espaço de um acumulador de objetos, vou planejar como mostrar esse espaço através de imagens e som.

E aí que entra outro aspecto da criação. A forma de mostrar esse espaço. Por…

 ...exemplo:

Começa a cena com uma tela preta, e um som de música oriental inspiradora e calma. Surge a imagem: um sino de bambu, a música abaixa e o som do mobile que balança ao vento é percebida.

A câmera se move suavemente para um aparador de madeira, limpo e imaculado, onde há uma imagem de Krishna, ao lado do qual há um dispositivo que fixa três gravetos de incenso, acesos. A câmera se aproxima do incenso, chegando perto da fumaça, pausa por alguns segundos, avança até a imagem de Krishna, onde novamente pausa.

Ouve-se a música oriental e o som do mobile, bem baixinhos. Também percebemos o som de passarinhos, e o som de veículos pequenos ao longe, o som de uma motocicleta distante, uma sirene mais distante ainda. [estes sons informam que estamos em ambiente urbano].

A câmera se move novamente, descrevendo um arco, mostrando um tatame num canto do quarto, um travesseiro pequeno, e noutro canto uma mesinha baixinha com um livro aberto.

A câmera, após enquadrar o tatame pausa por um instante, faz um “sobrevoo” raso mostrando a textura do tatame, e reenquadra a mesa com o livro, continua a se aproximar dele, e nos revela caracteres em sânscrito.

Ao mesmo tempo, as imagens ao lado dos caracteres mostram imagens que nos reportam ao Do-In.

A câmera sobe, a música aumenta de volume, um travelling abandona o recinto mas ainda enquadrando-o. Parece ser um ambiente de um monge, de um terapeuta oriental. A imagem escurece junto com a trilha sonora cujo volume vai a zero.